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Inédito - Antônio Carlos Jobim


24 October 2022


Inédito is the penultimate studio album of Antônio Carlos Jobim. Jobim is perhaps the most well known Brazilian artist and was a pioneer in the Bossa Nova genre. The album, commissioned on Tom's 60th birthday, is a selection of songs chosen by Tom himself, as he was given artistic control of the project. It was recorded in part in the botanical garden of his house, with a band of his family and friends . It is a collection of Jobim's most famous songs as well as some previously unreleased material. This album is a beautiful collection of classic Bossa Nova songs and masters the melancholic atmosphere that the genre is known for. In this article I have included the lyrics to every song and accompanying cultural notes, vocabulary words, and grammar notes that I have found useful while learning Portuguese.

Listen to the album here



Wave


Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho

O resto é mar
É tudo que eu não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho à brisa e me diz
É impossível ser feliz sozinho

Da primeira vez era cidade
Da segunda, o cais e a eternidade
Agora eu já sei
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver (x2)

Vou te contar

New Vocabulary

o resto
manso
a brisa
erguer-se
deixar
enquanto


Note

The version that appears on Inédito does not have vocals but there are other versions that contain the lyrics written by Jobim.


Chega de Saudade


Vai, minha tristeza
E diz a ela que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece
Que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer

Chega de saudade
A realidade é que sem ela não há paz
Não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca

Dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você
viver ser mim

Não quero mais esse negócio de você longe de mim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim

Cultural Context

'Saudade' refers to a feeling of intense yearning or longing for something that is absent. The word appears often in Brazilian pop culture and music so it is very important to conceptualize. In 'Chega de Saudade' a man feels the arrival of 'saudade' as a result of the sudden absence of a certain woman.


New Vocabulary

a prece
a saudade
a melancolia
apertar
colar
calar


Sabiá


Vou voltar
Sei que ainda vou, vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir
Cantar uma Sabiá
Cantar o meu Sabiá

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira que já não há
Colher a flor que já não dá
E algum amor
Talvez possa espantar
As noites que eu não queria
E anunciar o dia

Vou voltar
Sei que ainda vou, vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer

Cultural Context

The 'sabiá', known in English as the Rufous-bellied thrush, is a South American songbird. The song, written by Chico Buarque, alludes to the Nationalist poem "Canção de exílio" by Gonçalves Dias which features the 'sabiá' as well as the 'palmeira' (palm tree). The sabiá is also the national bird of Brazil.


New Vocabulary

ouvir
deitar
a palmeira
colher
espantar
anunciar
enganar
o engano


Sabiá



Samba do Avião


Eparrê
Aroeira beira de mar
Canôa
Salve Deus e Tiago e Humaitá
Eta, costão de pedra dos home brabo do mar
Eh, Xangô, vê se me ajuda a chegar

Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudade
Rio, teu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito pra mim

Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar

Dentro de mais um minuto estaremos no Galeão
Copacabana

Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Pousar

Cultural Context

"Samba do Avião" (Samba of the plane) describes Rio de Janeiro as seen from a plane. Cristo Redentor (Christ the Redeemer) is the statue of Jesus Christ that overlooks Rio and the Guanabara Bay. Galeão is the main airport for Rio de Janeiro and was renamed to Aeroporto Internacional Tom Jobim in 1999. Xangô refers to a Yoruba deity brought to Brazil through African slaves. The religious beliefs of the Yoruba have been historically syncretized with Roman Catholicism in Brazil. Humaitá is a district in Rio de Janeiro. Tiago (James) refers to the biblical apostle of Jesus. Aroeira is the Brazilian Peppertree.


New Vocabulary

a canoa
a costa
beira-mar
brabo
balançar
a pista
pousar


Rio de Janeiro


Garota de Ipanema


Ah, por que estou tão sozinho?
Ah, por que tudo é tão triste?
Ah, a beleza que existe
A beleza que não é só minha
Que também passa sozinha

Ah se ela soubesse que quando ela passa
O mundo inteirinho se enche de graça
E fica mais lindo por causa do amor
por causa do amor

por causa do amor

Ipanema

Cultural Context

"Garota de Ipanema" (The Girl from Ipanema) is perhaps the most famous Bossa Nova song ever written. Ipanema is a neighborhood in Rio de Janeiro.


New Vocabulary

encher-se


Grammar Note

'Soubesse' is the third person singular imperfect subjunctive form of the verb saber (to know).

Retrato Em Branco E Preto


Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho,
E sei também que ali sozinho,
Eu vou ficar tanto pior
E o que é que eu posso contra o encanto,
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto e que, no entanto,
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes, velhos fatos,
Que num álbum de retratos
Eu teimo em colecionar

Lá vou eu de novo como um tolo,
Procurar o desconsolo,
Novos dias tristes, noites claras,
Versos cartas, minha cara,
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado,
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado e você sabe a razão

Vou colecionar mais um soneto,
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração

New Vocabulary

enfeitiçar
o fato
o retrato
teimar
colecionar
o tolo
procurar
tragar
a lembrança
maltratar


Modinha (Seresta n°5)


Na solidão da minha vida
Morrerei, querida
Do teu desamor
Muito embora me desprezes
Te amarei constante
Sem que a ti distante
Chegue a meiga e triste voz
Do trovador

Feliz te quero mais se um dia
Toda essa alegria
Se tornasse em dor
Ouvirias do passado
A voz do meu carinho
Repetir baixinho
A meiga e triste confissão
Do meu amor

New Vocabulary

o desamor
embora
desprezar
meigo
o trovador
tornar-se


Modinha


Não, não pode mais meu coração
Viver assim dilacerado
Escravizado a uma ilusão
Que é só desilusão

Ah, não seja a vida sempre assim
Como um luar desesperado
A derramar melancolia em mim
Poesia em mim

Vai, triste canção sai do meu peito
E semeia a emoção
Que chora dentro do meu coração
Coração

New Vocabulary

dilacerar
o luar
escravizar
derramar
semear


Canta, Canta Mais


Canta, canta
Sente a beleza
Canta, canta
Esquece a tristeza
Tanta, tanta
Tanta tristeza
Canta

Canta
Quem canta o mal espanta
Vai sempre cantando mais, mais
Canta pra não chorar

Canta, canta
Canta, vai, vai
Segue cantando em paz
Canta, canta
Canta mais


Eu Não Existo Sem Você


Eu sei e você sabe
Já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo
Levará você de mim

Eu sei e você sabe
Que a distância não existe
Que todo grande amor
Só é bem grande se for triste

Por isso, meu amor
Não tenha medo de sofrer
Que todos os caminhos
Me encaminham pra você

Assim como o oceano
Só é belo com luar
Assim como a canção
Só tem razão se se cantar

Assim como uma nuvem
Só acontece se chover
Assim como o poeta
Só é grande se sofrer

Assim como viver
Sem ter amor não é viver
Não há você sem mim
E eu não existo sem você

New Vocabulary

levar
encaminhar


Por Causa De Você


Ah, você está vendo só
Do jeito que eu fiquei
E que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples
Que você tocou
A nossa casa querido
Já estava acostumada
Guardando você
As flores na janela
Sorriam, cantavam
Por causa de você
Olha meu bem nunca mais
Nos deixe por favor
Somos a vida e o sonho
Nós somos o amor
Entre meu bem por favor
Não deixe o mundo mau levá-la outra vez
Me abrace simplesmente
Não fale, não lembre
Não chore meu bem

New Vocabulary

guardar
sorrir
meu bem


Sucedeu Assim


Assim
Começou assim
Uma coisa sem graça
Coisa boba que pasa
Que ninguém percebeu, não

Assim
depois ficou assim
Quis fazer um carinho
Receber um carinho
E você percebeu

Fez-se uma pausa no tempo
Cessou todo meu pensamento
E como acontece uma flor
Também acontece o amor

Assim, sucedeu assim
E foi tão de repente
Que a cabeça da gente
Vira só coração
Não poderia supor
Que o amor nos pudesse prender
Abriu-se em meu peito a canção
E a paixão por você

New Vocabulary

bobo
cessar
supor
paixão


Imagina


Imagina, Imagina
Hoje à noite a gente se perder
Imagina, Imagina
Hoje a noite a lua se apagar

Quem já viu a lua gris
Quando a lua começou a murchar
Lua gris
É preciso gritar e correr, socorrer o luar

Meu amor
Abre a porta pra noite passar
E olha o sol da manhã
Olha a chuva, olha a chuva
Olha o sol
Olha o dia a lançar serpentinas
Serpentinas pelo céu, sete fitas coloridas
Sete vias
Sete vidas, avenidas, pra qualquer lugar

Imagina, imagina

Sabe que o menino que passar debaixo do
arco-íris vira moça, vira
A menina que cruzar debaixo do arco-íris
rapidinho volta a ser rapaz
A menina que passou no arco
O menino que passou no arco
E vai virar menina
Imagina, imagina, imagina, imagina, imagina
Hoje à noite a gente se perder
Imagina, imagina
Hoje à noite, a lua se apagar

Note

The version that appears on Inédito does not have vocals but there are other versions that contain the lyrics written by Jobim.


New Vocabulary

murchar
socorrer
a fita


Eu Sei Que Vou Te Amar


Eu sei que vou te amar
Por toda minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente, eu sei que vou te amar

E cada verso meu será
pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida

Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua eu vou chorar
Mas cada volta tua há de apagar
O que esta ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer a eterna desventura de viver
A espera de viver ao lado teu
Por toda minha vida

New Vocabulary

despedir
desesperadamente
desventura


Canção Do Amor Demais


Quero chorar porque te amei demais
Quero morrer porque me deste a vida
O meu amor, será que nunca hei de ter paz
Será que tudo que há em mim
Só quer sentir saudade

E já nem sei o que vai ser de mim
Tudo me diz que amar será meu fim
Que desespero traz o amor
Eu nem sabia o que era o amor
Agora sei porque não sou feliz

New Vocabulary

desesperar


Grammar Note

"Deste" is the 2nd person preterite form of the verb "dar" not to be confused with the contraction of "de" and "este".


Falando de Amor


Se eu pudesse por um dia
Esse amor, essa alegria
Eu te juro, te daria
Se pudesse esse amor todo dia
Chega perto, vem sem medo
Chega mais meu coração
Vem ouvir esse segredo
Escondido num choro canção
Se soubesses como eu gosto
Do teu cheiro teu jeito de flor
Não negavas um beijinho
A quem anda perdido de amor
Chora flauta, chora pinho
Choro eu o teu cantor
Chora manso, bem baixinho
Nesse choro falando de amor

Quando passas, tão bonita
Nessa rua banhada de sol
Minha alma segue aflita
E eu me esqueço até do futebol
Vem depressa, vem sem medo
Foi pra ti meu coração
Que eu guardei esse segredo
Escondido num choro canção
Lá no fundo do meu coração

New Vocabulary

o pinho
aflito


Inútil Paisagem


Mas pra quê?
Pra que tanto céu?
Pra que tanto mar? Pra quê?
De que serve esta onda que quebra
No vento da tarde? De que serve a tarde?
Inútil paisagem

Pode ser que não venhas mais
Que não venhas nunca mais
De que servem as flores que nascem pelo caminho
Se o meu caminho sozinho é nada?


Derradeira Primavera


Põe a mão na minha mão
Só nos resta uma canção
Vamos, volta, o mais é dor
Ouve só uma vez mais
A última vez, a última voz
A voz de um trovador

Fecha os olhos devagar
Vem e chora comigo
O tempo que o amor não nos deu
Toda a infinita espera
O que não foi só teu e meu
Nessa derradeira primavera

New Vocabulary

derradeiro


Grammar Note

"Põe" is the second person imperative form (tu) of the verb "pôr".


Canção em Modo Menor


Porque cada manhã me traz
O mesmo sol sem resplendor
E o dia é só um dia mais
E a noite é sempre a mesma dor
Porque o céu perdeu a cor
E agora em cinzas se desfaz

Porque eu já não posso mais
Sofrer a mágoa que sofri
Porque tudo que eu quero é paz
E a paz só pode vir de ti

Porque meu sonho se perdeu
E eu sempre fui um sonhador
Porque perdidos são meus ais
E foste para nunca mais

O, meu amor
Porque minha canção morreu
No apelo mais desolador
Porque a solidão sou eu
Ah, volta aos braços meus, amor

New Vocabulary

o resplendor
desfazer-se
a mágoa
o ai
desolar


Grammar Note

"Foste" is the second person preterite form (tu) of the verb "ir".


Estrada Do Sol


É de manhã
Vem o Sol
Mas os pingos da chuva
Que ontem caiu
Ainda estão a brilhar
Ainda estão a dançar
Ao vento alegre
Que me traz esta canção
(x2)

Quero que você
Me dê a mão
Vamos sair por aí
Sem pensar
No que foi que sonhei
Que chorei, que sofri
Pois a nossa manhã
Já me fez esquecer
Me dê a mão
Vamos sair pra ver o Sol

É de manhã
Vem o Sol
Mas os pingos da chuva
Que ontem caiu
Ainda estão a brilhar
Ainda estão a dançar
Me dê a mão
Vamos sair pra ver o Sol
Me dê a mão pra ver o Sol

New Vocabulary

o pingo


Águas de Março (Waters of March)


É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o Sol
É a noite, É a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o Matita Pereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira

É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão

É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto, o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingado, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada

É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

Au, edra, im, minho
Esto, oco, ouco, inho
Aco, idro, ida, ol, oite, orte, aço, zol
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

New Vocabulary

o pau
o toco
o caco
o laço
o anzol
o nó
o tombo
a ribanceira
o queira
ventar
a ladeira
a viga
o vão
a ribeira
a canseira
a estradeira
a atiradeira
o regato
o poço
o desgosto
o estrepe
o prego
a ponta
o ponto
pingar
a conta
o conto
o gesto
a prata
o tijolo
a lenha
a picada
a cana
o estilhaço
enguiçado
a lama
o passo
o espinho
o corte
o horizonte
a febre
terçã

Cultural Context

The "Águas de Março" (Waters of March) are the rains following the summer months in Brazil. Rio de Janeiro, the home of Tom Jobim, is in the Southern Hemisphere, thus the seasons are inverted. This song has often been cited as the best Brazilian song of all time. It is an amalgamation of various nouns and phrases that form a picture of Brazilian life. The Matita Pereira (striped cuckoo) is a songbird found throughout Brazil. In Brazilian Folklore, the character "Saci", a magical prankster that grants wishes, can turn into a Matita Pereira. "Caingá", "Candeia", and "Peroba do Campo" are plants found in Brazil. A "Festa da Cumeeira" is a party that takes place upon the completion of the frame of a house. It is custom to hold a barbecue to honor the artisans who built it. Belo Horizonte is one of the largest cities in Brazil, its name meaning "beautiful horizon". A "Febre Terçã" or a Tertian Fever is a common form of malaria.


Matita Pereira



Samba de Uma Nota Só


Eis aqui este sambinha
Feito numa nota só
Outras notas vão entrar
Mas a base é uma só
Esta outra é consequência
Do que acabo de dizer
Como sou a consequência inevitável de você

E voltei pra minha nota
Como eu volto pra você
Vou cantar em uma nota
Como eu gosto de você
E quem quer todas as notas
Ré-Mi-Fá-Só-Lá-Si-Dó
Fica sempre sem nenhuma
Fique numa nota só

Cultural Context

Dó-Ré-Mi-Fa-Só-Lá-Si makes up the portuguese solfejo. You will typically find these in the place of the letters CDEFGAB in musical notation and instruction.


New Vocabulary

eis


Desafinado


Quando eu vou cantar, você não deixa
E sempre vêm a mesma queixa
Diz que eu desafino, que eu não sei cantar
Você é tão bonita
Mas tua beleza também pode se enganar

Se você insiste em clasificar
Meu comportamento de anti-musical
Eu mesmo mentindo devo argumentar
Que isso é Bossa Nova, que isso é muito natural

Só não poderá falar assim do meu amor
É o maior que você pode encontrar
Você com a sua música esqueceu o principal
É que no peito dos desafinados
No fundo do peito bate calado
Que no peito dos desafinados também bate um coração

Cultural Context

Desafinado came out in 1959, a time when Bossa Nova was a newly emerging genre. The song is a response to a common criticism at the time that stated Bossa Nova was a genre for those who couldn't sing.


New Vocabulary

a queixa


A Felicidade


Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar

A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
E tudo se acabar na quarta-feira

Tristeza não tem fim
Felicidade sim
Tristeza não tem fim
Felicidade sim

A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor

A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor

Tristeza não tem fim (x6)

Cultural Context

Carnival is a Roman Catholic festive tradition that takes place in the days before Ash Wednesday, the beginning of Lent. In the song, Jobim describes the tradition of masking and costuming, to cast away the monotony and presumptions of regular life. The Carnaval do Rio de Janeiro is the largest in the world with over two million people on Rio's streets every day.


New Vocabulary

a gota
o orvalho
oscilar
a madrugada


Carnaval do Rio de Janeiro